Setrama Madeireira

PESQUISAS NO ÂMBITO DA MADEIRA TRATADA COM CCA

Hoje vamos trazer informações acerca das pesquisas que têm sido publicadas nos últimos tempos que estudaram o tema: madeira tratada com Arseniato de Cobre Cromatado (CCA). É importante lembrarmos que toda a tecnologia existente, bem como evolução dos métodos de tratamento e avanços são resultados de pesquisas científicas que abordam o tema. 

Muitos dos trabalhos publicados nessa linha têm abordado os aspectos toxicológicos do CCA em diferentes condições, no ambiente e no solo. Na pesquisa de Soares et al. (2018), avaliou as cinzas da madeira tratada para uso de fins energéticos. Já, no estudo de Candaten et al. (2021), os autores estudaram maneiras de remoção do CCA da madeira após o fim da vida útil em campo, para facilitar a reutilização, e ainda, Candaten (2021) além disso também buscou o uso dos resíduos de madeira tratada com CCA, após saírem de uso em campo, para a manufatura de painéis aglomerados (MDP). Todas as pesquisas citadas tiveram resultados positivos no âmbito da reciclagem da madeira tratada, para diversos fins.

Ainda sobre o uso energético da madeira tratada com CCA, Domingos (2020), avaliando a toxicidade das cinzas volantes geradas na queima desse material, verificaram que existe sim uma toxicidade nessa queima, por isso, não recomenda-se e alerta-se para que não se dê esse tipo de destinação final à madeira tratada, tornando ainda mais importante as pesquisas que investiguem outros meios de reciclagem desse material pós-uso.

No mesmo sentido, Tomeleri (2019) estudando as consequências do uso de madeira tratada com CCA e de painéis MDF como combustível em processos de combustão, verificou que existe a necessidade de desenvolvimento de práticas para mitigação dos riscos de poluição ambiental no descarte das cinzas da madeira tratada.

Nesses mesmos aspectos, Dal Molin (2021), avaliou a lixiviação do CCA da madeira tratada para o solo, em suas conclusões considerou que apesar de ocorrer uma saída dos metais do CCA para o solo, não apresentaram riscos potenciais diretos ou indiretos à saúde humana, de acordo com as taxas observadas e legislação vigente. 

A respeito da resistência, além de biológica, mas também mecânica da madeira tratada, Vivian et al. (2021), avaliaram o efeito do CCA na resistência mecânicas de eucalipto e puderam notar que além do excelente desempenho contra o ataque de organismos deterioradores, também conferiu um aumento da resistência mecânica da madeira.

De modo geral, as pesquisas no âmbito da madeira tratada com CCA, têm se preocupado com a reciclagem do material que saí de serviço, como uma alternativa e solução para a problemática de resíduos sólidos. Ademais, outros estudos têm focado em alternativas de substituição do CCA por outros produtos, porém, essa prática ainda não se mostrou economicamente viável. 

Contudo, o uso da madeira tratada no cotidiano não agride de nenhuma forma o meio, sendo um material sustentável, porém, quando se trata da destinação final após o uso, – quando ocorre o apodrecimento da base, por exemplo -, recomenda-se atenção para um descarte correto. 

Luana Candaten – Engenheira Florestal CREA-RS253741

REFERÊNCIAS

SOARES, B. Q.; GABRIEL, G. G.; DOMINGOS, D. M.; CANEVER, S. B.; DAGOSTIM, G.; ENGIOLETTO, E.; PICH, C. T.  EFEITO DA TOXICIDADE DE MATERIAL PARTICULADO AÉREO GERADO A PARTIR DA QUEIMA DE MADEIRA TRATADA E MADEIRA NÃO TRATADA COM ARSENIATO DE COBRE CROMATADO (CCA). 7º SICT-SUL – SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DO SUL CATARINENSE, 2018. 

CANDATEN, L.; TREVISAN, R.; BAIRROS, P. R. S.; WASTOWSKI, A. D.; KINGLENBERG, D.; JANKOWKSY, I. P. Remoção de cobre, cromo e arsênio da madeira tratada em diferentes concentrações. Revista Principia, 2021. 

CANDATEN, L. Alternativas de uso para resíduos de madeira tratada através da extração de metais e manufatura de painéis MDP. 2021. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Florestais. Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2021. 

DAL MOLIN, E. R. Análise da lixiviação do CCA da madeira tratada no solo. 2021.Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção de grau de Engenheiro Florestal. Universidade Federal de Santa Maria, Campus Frederico Westphalen. 2021.

DOMINGOS, D. M. Toxicidade das cinzas volantes geradas pela utilização de madeira tratada com Arseniato de Cobre Cromatado (CCA) como material combustível. 2020. Dissertação submetida ao Programa de Pós Graduação em Energia e Sustentabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do título de Mestre em Energia e Sustentabilidade. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS ARARANGUÁ. 2020.

TOMELERI, J.O.P. Consequências do uso de madeira tratada com CCA e de painéis de MDF como combustível em processos de combustão. 2019. 117 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba, 2019.

VIVIAN, M. A.; MODES, K. S.; SANTINI, É. J.; MORAIS, W. W. C.; CARVALHO, D. E. Efeito do tratamento preservante e da exposição a campo na resistência mecânica da madeira de Eucalyptus grandis e Eucalyptus cloeziana. Revista de Ciências Agroveterinárias 20(3): 2021. 

DE ONDE VEM NOSSAS MADEIRAS?

DE ONDE VEM NOSSAS MADEIRAS?

Da qualidade da madeira tratada com a marca Setrama todos já sabem, a respeito de como essa preservação com CCA na madeira acontece, também – se você ainda não viu, pode conferir nesse link aqui: https://madeireirasetrama.com.br/setrama-responde-qual-finalidade-do-tratamento-da-madeira/–, mas antes de tudo isso, de onde vem esse material, qual a espécie, quais suas características desejáveis, existe uma classificação? No texto de hoje, vamos estar abordando tudo isso, vêm com a gente!

Primeiramente é importante destacar que apenas uma espécie de eucalipto é utilizada em nossos tratamentos em autoclave, visando um padrão de todas as peças tratadas, visto que, a variação de espécies pode implicar diferentes produtos finais e condições de tratamento, devido às suas características tecnológicas. O Eucalyptus citriodora é a espécie madeireira aplicada nos produtos Setrama, essa madeira possui uma alta densidade, o que confere características de boa resistência mecânica aos materiais confeccionados com essa madeira, possuí boa permeabilidade no alburno, o que auxilia no tratamento químico desse material. É uma excelente madeira para uso em serrarias e afins, de boa trabalhabilidade.

As florestas de Eucalyptus citriodora de onde são retiradas as toras para tratamento com CCA na usina de tratamento da Setrama, estão alocadas em diferentes lugares da região Sudeste e Sul do país. O próprio estado de São Paulo, onde fica localizada a unidade e tratamento da empresa possuí plantios dessa espécie e boa parte do material tratado é oriundo desses locais. Também nessa região, no estado de Minas Gerais, composto por vasta quantidade de florestas de eucalipto, é mais um dos fornecedores das madeiras de citriodora para tratamento.

Já na região Sul, o estado do Paraná também conhecido por grande parte do seu território ser composto de florestas, possuí plantios de Eucalyptus citriodora, sendo mais um dos abastecedores da madeira da espécie para tratamento na Setrama.

A respeito das características mais específicas das áreas em que são colhidas essas árvores a serem destinadas ao tratamento, tratam-se de pequenas florestas, de 2 a 20 “alqueires paulistas” cada, ou seja, de 4,8 a 48,4 hectares de diferentes plantios da espécie dispostos ao longo dos estados informados anteriormente.

Desses locais, a madeira é transportada até o pátio da Setrama em Reginópolis-SP, onde é preparada para receber o tratamento químico e posteriormente novamente ser transportada ao seu destino final, de acordo com a demanda dos clientes. E claro, tratam-se de florestas 100% licenciadas e de reflorestamento, você pode conferir mais sobre isso nesse texto aqui: https://madeireirasetrama.com.br/reflorestamento-e-sustentabilidade/.

Luana Candaten – Engenheira Florestal CREA-RS253741

CONHECENDO MELHOR OS PRODUTOS SETRAMA

A madeira tratada com CCA na usina de tratamento da Setrama, localizada em Reginópolis-SP, é responsável pela geração de diversos subprodutos. Hoje vamos apresentar detalhadamente cada um deles indicando os usos e apresentando uma descrição técnica dos mesmos.

Mourões: os mourões, de formato circular, apresentam excelente resistência mecânica e possuem ampla aplicação. Comumente são utilizados em ambientes externos, para composição de ponteiras de cercas, auxílio em pomares de frutas, dentre outros. As peças têm um padrão de 2,20m, variando as bitolas e pesos de acordo com a necessidade do cliente.

Palanques: possuem sua aplicação em ambientes semelhantes aos mourões, porém, normalmente tem formato mais variado, não sendo sempre cilíndrico e muitas vezes quadrado. Também é muito utilizado na composição de cercas, em meios agrícolas e pecuários. Por seu formato de diâmetro reduzido, possui resistência mecânica menor, portanto, o seu uso não é recomendado para sustentações em que se aplique pesos elevados, nesse caso, indica-se o uso de moirões e postes. Os palanques possuem de 3,20 a 6m, variando as bitolas e pesos, conforme a aplicação.

Esticadores: como o próprio nome diz, trata-se de esticadores afim de manter os fios das cercas retilíneos evitando a passagem de animais. O uso desse material é exclusivo em cercas para pastagem e demais usos que envolvam principalmente a segurança de animais. Normalmente já vem com o detalhe de usinagem realizada, ou seja, furos para passagem dos fios, conforme a demanda do cliente. Os esticadores tem a medida de 2,50m.

Postes: já apresentados anteriormente, tem o uso semelhante ao dos moirões, porém aplicados em situações que demandem uma maior resistência e segurança, como por exemplo, na sustentação de fios de alta tensão. As medidas padrão dos postes produzidos pela Setrama são de 8 metros, variando as bitolas conforme a necessidade. A aplicação de postes na condução de energia elétrica das cidades já foi muito maior em tempos passados, hoje em dia ele tem perdido espaço para postes de concreto, porém, há diversos estudos que mostram que o uso de postes de madeira tratada são mais economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis do que os de concreto. Faça suas escolhas.

Ripões: os ripões tratam-se de peças de madeira mais finas e normalmente retangulares e tem aplicação de uso diversos, seja na construção de decks mais refinados até em cercas para jardim. De modo geral, apresenta um uso mais urbano e doméstico devido à sua fácil trabalhabilidade. Os ripões possuem medidas variadas de comprimento e largura, de acordo com a necessidade do consumidor.

Balancim: é utilizado para compor cercas, sendo peças menores e mais leves, aplicadas entre os mourões ou palanques maiores, por exemplo. Tem ampla aplicação nos ambientes rurais. As medidas são de 1,2 e 1,5m.

Os produtos de madeira tratada com a marca Setrama ampliam a vida útil do material, tendo assim, a sua qualidade garantida, sendo um diferencial da empresa. E aí, a descrição do material tratado pela Setrama auxiliou para a tomada de decisão nas escolhas para o próximo ano? Esperamos que sim, garantindo qualidade e durabilidade.

O MERCADO DA MADEIRA TRATADA

Como já comentado por aqui algumas vezes, o Arseniato de Cobre Cromatado (CCA) é o preservante de madeira mais aplicado no Brasil, presente na maioria das indústrias de preservação da madeira. No texto de hoje, vamos comentar a respeito de como anda o mercado da madeira tratada no país.

O setor de madeiras tratadas tem apresentado uma tendência crescente, com o aumento da aplicação dos produtos provenientes dessa atividade em cercas e mourões, decks, playgrounds, dentre outros. Materiais que antes eram utilizados nesses segmentos, agora têm perdido espaço para o uso da madeira tratada, devido à pegada mais sustentável e principalmente, a elevada durabilidade que o tratamento confere à madeira.

Diante disso, de acordo com as informações de mercado disponíveis no relatório do Indústria Brasileira de Árvores de 2020 (IBÁ, 2020), o incentivo em pesquisas no campo de modificações da madeira, onde enquadram os tratamentos químicos, pode ter contribuído para o avanço do setor. Apesar do mercado aquecido, a produção interna da madeira sólida caiu 6% no ano de 2019 para 2020, sendo válido ressaltar que outras atividades dividem esse setor, como madeira serrada, movelaria, etc.

A principal atividade econômica que faz uso desses produtos florestais onde se enquadra o setor da madeira tratada, é o setor agropecuário, ocupando 31% dos produtos gerados, já com relação à indústria dos produtos de madeira, a construção civil fica em primeiro lugar, consumindo 27% do material produzido.

Apesar dos dados apresentados, é importante discutir que o Brasil emprega um baixo volume de madeira tratada quando comparado a países dos EUA e Inglaterra (VIDAL et al., 2015). Essa atividade representa uma baixa porcentagem em relação à indústria de celulose e papel, por exemplo. Tal fator pode estar envolvido à cultura em se utilizar produtos não renováveis como aço e concreto, por exemplo.

Esse cenário tem perspectiva de mudança, devido à cada vez mais a busca por atividades mais sustentáveis serem aplicadas, onde o uso da madeira ganha força.

Luana Candaten – Engenheira Florestal

REFERÊNCIAS

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES – IBÁ. 2020. https://iba.org/datafiles/publicacoes/relatorios/relatorio-iba-2020.pdf.

VIDAL, J. M.; EVANGELISTA, W. V.; SILVA, J. C.; JANKOWSKY, I. P. Preservação de madeiras no Brasil: histórico, cenário atual e tendências. Ciência Florestal, 2015.

ENTÃO… É NATAL!

Mais um ano se finda e acompanhado disso, temos as festividades de ano novo! Período em que os laços são reforçados, repensamos tudo o que passou e agradecemos pelas conquistas de mais um ciclo encerrado, aguardando ansiosos pela chegada do novo.

Nesse momento fraternal o assunto MADEIRA não fica de fora, pois está presente nas mais variadas decorações natalinas. A combinação do rústico com o delicado tem ganhado espaço e nesse sentido, o uso da madeira para essa finalidade tem crescido muito, conforme os exemplos que veremos a seguir.

Os artefatos natalinos decorativos que levam o uso da madeira vão desde materiais mais refinados, utilizando placas de MDF, por exemplo, até objetos mais rústicos como resíduos de madeira, discos, etc. Por falar em MDF, é importante esclarecer que objetos de madeira vão muito além do material sólido que temos o olho treinado a reconhecer, a madeira e seus derivados estão presentes em outras formas no nosso cotidiano, como as chapas aglomeradas, que são origem aos painéis, os quais possuem uma ampla gama de aplicações

Mas, voltando ao assunto da madeira na decoração de natal, a seguir trazemos vários exemplos de como você, caro leitor, pode aplicar objetos de madeira e seus derivados no embelezamento de sua casa, escritório, trabalho… São muitas as opções de tornar o ambiente mais aconchegante e diferenciado.

Placas de MDF na decoração natalina, podem ser adquiridas prontas como montadas em casa, de acordo com a sua preferência, já que o material é de fácil manuseio. Também, pode ser colorido e acrescentado luzes para tornar ainda mais mágica essa decoração.

Bonecos de neve em madeira rústica e também podem ser feitos de placas de MDF.

Letreiros diversos para compor a decoração em ambientes internos, mesas de servir e afins. As letras podem ser adquiridas prontas e coloridas de acordo com a preferência, dão um charme especial ao ambiente e podem ser reaproveitadas em outras ocasiões.

Vários exemplos de ornamentos decorativos em madeira, que podem ser usados para pendurar na árvore de natal como na decoração geral.

Por fim, algumas inspirações mais rústicas da utilização da madeira como forma de reaproveitamento em decorações natalinas.

Um encanto, não é mesmo? E você, já havia pensado em utilizar objetos de madeira para decorar o seu ambiente? Esperamos que esse texto possa tê-lo inspirado.

A Setrama Madeiras Tratadas deseja a todos amigos, clientes e parceiros um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, repleto de alegrias e realizações a todos!

Possibilidades de uso da madeira tratada e vantagens de aplicação: além do tratamento químico

O tratamento com CCA promove à madeira uma elevada durabilidade, a qual possibilita que o material seja usado em vários ambientes, reduzindo a degradação causada pelo clima que favorece o desenvolvimento de organismos deterioradores da madeira.

Além dessa informação, você conhece as amplas utilizações e aplicações das madeiras que são tratadas, quais os usos e possibilidades? Hoje vamos mostrar um pouco mais sobre isso, além do padrão visto no dia a dia, como postes e moirões.

Conforme abordado anteriormente, o tratamento da madeira tem sido amplamente empregado em postes para iluminação elétrica e moirões para cercas, atendendo a maior parte do mercado da madeira tratada, porém, os usos podem ser muito além desses, tais como na construção civil, movelaria para ambientes externos, decks e playgrounds.

Desses, o setor de decks tem sido ampliado e modernizado, destacando o uso da madeira tratada nesse nicho, conforme exemplos a seguir. O contato da madeira com a constante umidade, sol e calor, aumenta as chances de apodrecimento do material, portanto, a aplicação da madeira tratada nesses ambientes tem se apresentado como um mercado crescente.

Madeira tratada aplicada na construção de área externa de casa, do chão ao teto.

Uso em ambiente externo de lazer para casa, em piso, bancos e cerca
Área de lazer externa com móveis e construção em madeira tratada com adição de pinturas e verniz.
Uso em ambientes de piscina, para calçadas, caminhos, estrutura.
Deck de piscina e área de lazer usando a madeira tratada.

Outra questão relacionada ao uso da madeira tratada é com relação as propriedades físicas e mecânicas do material, pois, algumas pesquisas puderam revelar que o tratamento químico sob vácuo e pressão promove alterações em suas características. Tais mudanças são positivas, ou seja, resultam em aumento da resistência da madeira, não só ao ataque de organismos, como também resistência a flexão e tração, com isso, ampliando as possibilidades de aplicação da madeira tratada em locais que demandem essa resistência do material.

Tal informação favorece o uso da madeira tratada na construção civil, podendo o material ser usado em situações de esforços físico-mecânicos, apresentando certa resistência para isso, superior a madeira in natura.

Muitos são os usos e aplicações da madeira tratada, mantendo o mercado aquecido e em ascensão, pois cada vez mais se torna importante o uso de um material de fonte renovável e de ampla vida útil.

Luana Candaten – Engenheira Florestal

E AO FINAL DA VIDA ÚTIL? O QUE FAZER?

Sabemos que a madeira tratada tem uma ampla vida útil, ou seja, após o seu tratamento quando instalada nos mais variados locais essa tem capacidade de cumprir com o seu papel por 30 até 50 anos em alguns casos, sem ocorrer a degradação pelos organismos deterioradores da madeira, ou seja, o apodrecimento.

Apesar disso, pelo fato da madeira ser um material sustentável reutilizável, existem algumas possibilidades de uso após a vida útil do material, excluindo apenas a parte que apodreceu com o passar dos anos. Dentre essas alternativas, pode-se citar a fabricação de painéis particulados (MDP, por exemplo), reuso em peças menores, e retirada do CCA para a queima/utilização como biomassa.

Um poste utilizado na iluminação elétrica de uma cidade, por exemplo, depois de muitos anos instalado, reduz a sua propriedade contra o ataque biológico conferido pelo CCA e assim possibilitando o seu apodrecimento na base, chamada de zona de afloramento, região em que fica enterrado. Com a substituição desse poste é gerado um material que pode ser considerado um resíduo, porém, facilmente reutilizável.

Essa reutilização pode ser a partir do desdobro do restante do poste para construção de um deck, por exemplo, podendo fazer um tratamento de aspersão da madeira para conferir maior resistência biológica por alguns anos, também, pode-se construir cercas, fazendo moirões menores daquele resíduo.

Já sobre a parte mais técnica da reutilização, pode-se citar a manufatura de painéis à base de madeira, como o MDP, alguns estudos recentes mostraram que a madeira tratada com CCA quando saí de serviço apresenta potencial de reutilização nesse nicho florestal (NASCIMENTO et al., 2013; SHIROSAKI, 2019; CANDATEN, 2021). Essa reutilização, em especial, pode agregar valor ao material, possibilitando um mercado alternativo para a madeira tratada que vem saindo de serviço.

E aí, já conhecia as amplas possibilidades de uso da madeira tratada, além da sua importância e inúmeras aplicações nos mais variados locais e setores, também quando deixa de ser utilizada no ambiente inicial? Compartilhe com amigos e empreendedores do setor, quem sabe ela não se torne uma nova opção de mercado!

Luana Candaten – Engenheira Florestal

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CANDATEN, L. Alternativas de uso para resíduos de madeira tratada através da extração de metais e manufatura de painéis MDP. 2021. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Florestais, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.

NASCIMENTO, M. F. do; CHRISTOFORO, A. L.; CAMPOS, C. I. D.; ALMEIDA, D. H. de; LARH, F. A. R. Efeitos das intempéries na rugosidade de painéis de Pinus sp. Ambiente Construído, v. 18, n. 3, p. 227-238, 2018.

SHIROSAKI, R. K. Caracterização de painéis de partículas de madeira tratada com CCB confeccionados com resina poliuretana mista. 2019. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia dos Materiais, Universidade Federal de São Carlos.

Madeira tratada retirada de serviço.

Painéis MDP fabricados com resíduos de madeira tratada.

Exemplos de uso dos painéis MDP.

Ideia de reaproveitamento da madeira tratada na jardinagem.

Madeira Tratada e as Questões ambientais

O principal meio de intervir na degradação da madeira é através da aplicação de tratamentos químicos, e desses, o mais utilizado é o CCA (Arseniato de cobre cromatado). Esse tratamento é muito eficiente, preserva a madeira e impede o ataque de organismos que venham causar danos no material, como fungos e cupins.

Por muitas vezes, a madeira tratada é empregada em ambientes externos, ou seja, diretamente em contato com o solo e em locais expostos a luz solar, chuvas, e todas as variações climáticas, situação que também não interfere no seu desempenho, pois tratando a madeira é garantido que os efeitos do intemperismo sejam amenizados. Porém, a partir dessas aplicações, existem algumas polêmicas a respeito do uso do tratamento preservativo com CCA, e o solo por exemplo, como a lixiviação dos metais e demais questões.

Como o cromo atua como fixador dos metais na madeira tratada, esse garante que a lixiviação seja mínima. Alguns estudos realizados puderam indicar que as taxas dos metais disponíveis no solo comum, são as mesmas do que as observadas nos locais onde a madeira tratada foi aplicada.

Conforme o estudo desenvolvido por Jankowsky et al., (2012) apresentado no IUFRO em Estoril – Portugal, ao avaliar estacas tratadas alocadas em campo aberto, constataram que, os teores de cobre, cromo, arsênio e boro no solo, em locais próximos onde o material foi instalado, estariam abaixo dos valores de referência adotados pela Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), e muito semelhantes ao solo testemunha (sem estacas tratadas).

A partir disso, é possível garantir a eficiência do tratamento preservativo, em que os metais ficam fixos a madeira atuando como agentes inibidores de organismos xilófagos, não sendo lixiviados para o solo e nem transmitidos ao ar nos locais em que a madeira tratada é aplicada.


Referências:
JANKOWSKY, I. P. et al. Soil acumulation of CCA and CCB active ingredients measured inside a stake field test – IRG – IUFRO Research sessions. International Union of Forest Research Organizations All Divisions 5 Confernce, Estoril, Portugal, July 2012.
LEPAGE, E. et al. Tecnologia de Proteção da Madeira. Montana Química S.A. São Paulo. 2017.

Luana Candaten – Engenheira Florestal
Contato – lcandaten@usp.br

A importância do uso da madeira tratada

A madeira é conhecida por ser um material renovável, de ampla disponibilidade na natureza e que apresenta características que fazem com que a mesma possa ser comparada ao concreto e até mesmo ao aço em diversas situações. Porém, sabemos que com o passar dos anos a alta exploração sobre as florestas nativas fez com que os órgãos públicos através da legislação, tornassem a exploração desse material mais restrita. 

Com suas características desejáveis e de fácil trabalhabilidade, se usada corretamente, pode ser aplicada como uma substituta sustentável aos demais materiais citados anteriormente. Com a demanda por esse material em ascensão, as florestas plantadas, principalmente do gênero Pinus spp. e Eucalyptus spp., surgiram como alternativa ao uso e exploração da madeira nativa.

A madeira proveniente desses plantios atende as necessidades da população nos mais variados mercados, porém, no ramo da madeira para construção civil, postes, moirões, dentre outros segmentos que demandem o material exposto ao tempo e contato com o solo, essas madeiras em estado natural, ou seja, sem impregnação de produtos, não apresentam resistência, sendo facilmente degradadas por fungos apodrecedores, emboladores e manchadores, bem como, por cupins. 

Por isso, aplicar tratamentos preservantes na madeira é uma prática de fundamental importância que interfere no desenvolvido de agentes xilófagos, ou seja, fungos, insetos e bactérias que podem se desenvolver no material, reduzindo demasiadamente a sua vida útil e desestimulando o uso dessa, que possui inúmeras qualidades e de fonte renovável.

A aplicação dos tratamentos preservantes agrega valor à madeira, pois, se tratada corretamente pode apresentar uma durabilidade em campo de 20 até 50 anos.

Pensando nisso, a Madeireira Setrama busca realizar o tratamento preservativo na madeira através de procedimentos que garantem o elevado padrão de tratamento, utilizando produtos de qualidade. No Brasil o tratamento mais aplicado é o de origem química, chamado de CCA – C, Arseniato de Cobre Cromatado, esse produto tem sido escolhido pelo excelente desempenho atuando como inseticida, fungicida e fixador no material. 

Por: Luana Candaten – Engenheira Florestal


Laboratório Setrama: a qualidade da madeira começa de dentro pra fora

A Setrama tem mais de 30 anos de experiência na produção de madeira tratada com CCA. Uma madeira bem tratada dura muito tempo em serviço, porém, para produzir esta madeira e assegurar a qualidade do tratamento, é preciso conhecer muito bem o processo, ter uma equipe qualificada para efetuá-lo e, principalmente, ferramentas para medir a qualidade do tratamento de acordo com as normas NBR. Tudo isoo a Setrama prioriza.

Para efetuar e coordenar o trabalho do tratamento da madeira, temos conosco um um Engenheiro Ambiental qualificado, experiente e treinado para praticar os processos de tratamento em autoclave.

Os programas de tratamento são desenvolvidos para cada tipo de madeira e aplicados de forma customizada a cada impregnação.
O controle da qualidade e da umidade da madeira que será tratada é feito através do uso de medidores de umidade, que indicam o momento correto para tratar cada grupo de peças.

Após o tratamento de cada carga são retiradas amostras de madeira que seguem para análise no laboratório da Setrama. Nesse espaço, são medidos a retenção de químicos na madeira através do uso de um analisador eletrônico de bancada, aparelho esse usado nas melhores usinas de preservação de madeiras em todo o mundo.
Além da retenção de químicos, também se avalia a penetração e distribuição do CCA na madeira por meio de da aplicações de indicadores químicos que ressaltam na cor azul-turquesa a parte tratada da madeira.

Os resultados destas análises são guardados no banco de dados da Setrama e fornecidos aos clientes, caso sejam solicitados.
Poucas usinas de preservação de madeiras no Brasil dispõem de um laboratório próprio como tem a Setrama, e ainda um número mais reduzido de UPMs fazem este trabalho de controle da madeira pré e pós tratamento, disponibilizando os resultados a seus clientes.

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